O APLICATIVO DA INCLUSÃO ESCOLAR
- GUSTAVO AYRES LICENCIATURA EM HISTÓRIA POLO
- 26 de ago. de 2017
- 2 min de leitura

I
As novas tecnologias mudaram a forma de viver das sociedades, criaram novos hábitos, modificaram a relação entre as pessoas, a comunicação é mais instantânea e os conhecimentos podem ser compartilhados por todos. A educação, um campo que necessita de avanços constantes, aproveitou essa “epidemia” do surgimento dessas inovações tecnológicas para facilitar o aprendizado de alunos com algum tipo de deficiência através de aplicativos criados especificamente a eles.
As escolas que tem alunos com algum tipo de deficiência devem estar preparadas para atendê-los sem separá-los dos demais, não podendo essa deficiência apresentada prejudicar sua formação escolar, o que poderia levar até a evasão essa não inclusão. Muitos alunos surdos-mudos utilizam a língua brasileira de sinais (Libras) para se comunicar, mas a falta de domínio de grande parcela das pessoas é uma barreira que ainda dificulta esse contato.
Visando socorrer esses alunos e inclui-los através da tecnologia, o aplicativo chamado ProDeaf foi desenvolvido para traduzir as palavras de português para a Língua Brasileira de Sinais. Através do reconhecimento de voz essa ferramenta consegue reproduzir a fala em sinais mediante um avatar. Ele é disponibilizado gratuitamente nas várias versões para smartphones.
Para comprovarmos a eficácia desse aplicativo, a reportagem visitou uma escola pública no município de Sombrio/SC, onde essa inovação é utilizada. Fomos recebidos pela professora de História Marisa, que nos explicou que vem utilizando em suas aulas com alunos surdos que atende. A professora domina a Língua Brasileira de Sinais, mas relatou que o aplicativo complementa o aprendizado e facilita o contato mais célere com quem não tem o domínio dessa linguagem.
“As aulas se tornaram mais dinâmicas”, diz a professora, que observou que os alunos surdos tem mais uma forma para se comunicar e não prejudicar seu processo de aprendizagem e interatividade com seus colegas.
Qualquer aluno do 1º ou 2º grau pode ser atendido por esse aplicativo, não havendo com isso, distinção em faixa etária. “A pretensão de incluir os alunos surdos no mesmo ritmo de ensino que os demais com o auxílio desse aplicativo vem sendo alcançada”, segundo disse a professora. Mesmo sendo um aplicativo que pode ser obtido gratuitamente para a maioria dos aparelhos móveis, versões mais avançadas são cobradas, constatando que a intenção de usar as novas tecnologias para melhorar o processo educacional de alunos com alguma deficiência esbarra no conceito de mercadoria que também atinge a educação, área que poderia ficar mais livre da abrangência de lucro.
Esses aplicativos que são obtidos com o toque de um dedo e em poucos segundos estão no telefone celular de qualquer um e com o que a reportagem encontrou, mostra que nem só para jogos, músicas ou outra diversão podem ser o seu fim, pois o ProDeaf não é só uma ferramenta pedagógica, ele traz dignidade e cidadania a esses alunos. A educação deve “mudar as pessoas” disse Paulo Freire, e a tecnologia pode ser o seu meio.
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